Não vamos dar nome aos bois aqui, pegando no pé de um modelo ou fabricante em especial, mas focar em certos pontos que você deve passar longe para não ficar com dor de cabeça. Memória interna A ASUS anunciou uma estratégia agressiva em sua linha de smartphones: a campanha “8 GB não dá mais”. Isso significa que não haverá mais modelos com 8 GB (ou menos) nos próximos lançamentos, já que isso estraga a experiência de uso com o passar do tempo, o que não deixa de ser verdade. Em modelos baratos, quando há uma série de comprometimentos que empresas devem fazer para manter o preço baixo, 8 GB faz bastante sentido. Memórias com menor capacidade geralmente trazem um problema adicional: baixa qualidade e taxas de transferência inferiores, ou seja, são projetadas para serem lentas desde o primeiro dia. Agora, 4 GB já é demais (ou de menos, dependendo do referencial). Já passamos da época de ter tão pouco espaço, independentemente de haver suporte para cartões micro SD ou não. Estamos em 2015 e esses modelos já deveriam estar extintos. Da lista que montamos, este item é com certeza o que você realmente deve fugir. Mesmo porque, se um modelo traz somente 4 GB de memória interna, acreditem: dificilmente ele terá alguma característica rentável. Memória RAM Foi-se o tempo que o Android rodava liso com apenas 512 MB de memória RAM, em especial da versão Kit Kat para frente. Tanto que é praticamente impossível encontrar um aparelho anunciado recentemente com a versão Lollipop e somente isso de memória RAM.
Aliás, isso não se resume somente ao Android, mas sim a qualquer plataforma, incluindo iOS e Windows Phone (Blackberrys trazem no mínimo 2 GB desde o Z10). Grande parte dos smartphones avançados já fez a transição para o LPDDR4, o que fez com que o DDR3 e LPDDR3 já se tornou comum em modelos básicos intermediários. Com a evolução dos smartphones, 2 GB se tornou o mínimo para um modelo poder ser considerado um intermediário, 3 ou 4 GB para um top de linha, o que aumentou o mínimo de memória RAM dos modelos básicos para 1 GB. Não dizemos isso nem por uma experiência de uso superior, já que os sistemas evoluíram bastante e precisam de mais recursos para funcionar direito. Processador: ainda há espaço para modelos dual-core? Sim, desde que traga clocks mais altos e seja de uma fornecedora confiável, como MediaTek, Qualcomm e Samsung, que modificam seus chips para aumentar o desempenho. Prova disso é o Moto X 2013, que era sim dual-core, mas o chip em questão era o Snapdragon S4 Pro, com clocks de 1,7 GHz, 2 GB de memória RAM e GPU quad-core. Atualmente ele teria dificuldades de concorrer em desempenho com uma boa quantidade de intermediários, mas dificilmente pode ser considerado como lento. A Mali-400, por exemplo, foi utilizada no Galaxy S2 e no Galaxy S3, mas hoje é insuficiente para as versões mais recentes do Android, em especial quando implementadas com menos núcleos. Contudo, a quantidade de lançamentos que trazem processadores “dual-core de 1,0 GHz”, geralmente de fabricantes desconhecidos, GPUs antigas e arquitetura defasada chega a ser surpreendente. Qualquer sistema móvel é rápido nos primeiros dias de uso, mas essa falta de poder de fogo começa a ser irritante quando não se consegue nem rodar jogos mais básicos. E não há muito o que fazer sobre isso. E as telas? Aí está um comprometimento que pode se feito sem grandes prejuízos futuros. Quer dizer, seria ótimo não ter que sacrificar esse ponto, mas não é algo tão grave quanto os 3 primeiros itens deste artigo.
Qualquer smartphone intermediário traz uma tela HD e densidade de pixels próxima a 300 pontos por polegada quadrada, mas o mínimo recomendado é 200 PPPQ, pois valores abaixo disso fazem qualquer imagem ficar bem estranha. Se a tela tende para uma cor específica, geralmente azul, é certeza de que se trata de uma tecnologia ruim. Vale dizer que qualidade independe da tecnologia utilizada para os modelos básicos. O fato de o display ser TFT e não IPS, por exemplo, não quer dizer necessariamente que se trata de uma tela ruim, já que depende muito de quem é o fornecedor do display. Uma forma rápida de checar isso é ver se as imagens tendem para uma cor específica, geralmente azul (em especial nos modelos que trazem 262 mil cores, e não 16 milhões). Se isso acontecer, é melhor passar longe desse modelo. Conclusão Novamente, estamos em 2015, ano em que passa a ser importante de separar modelos de entrada que deixam a desejar. Grande parte dos modelos que usamos de referência para criar esse artigo não chega a ser tão barata a ponto de trazer uma qualidade tão ruim, e muitas empresas acabam anunciando esses aparelhos como econômicos como desculpa para empurrar uma péssima experiência de uso para os usuários. Em muitos casos, as quatro características acima aparecem juntas. É bastante raro encontrar um modelo com processador ruim, mas uma boa tela e bastante memória RAM. Ou mesmo um modelo com uma tela fantástica, mas apenas 512 MB de memória RAM e 4 GB de memória interna. De qualquer forma, uma dessas características pode, sozinha, dar uma dor de cabeça pior do que ressaca em poucas semanas de uso.
Vale esclarecer que não colocamos o quesito “câmera” nesses itens pois nenhum dos modelos que vimos consegue tirar fotos ou gravar vídeos com um mínimo de qualidade. Isso acontece tanto pela baixa qualidade dos sensores utilizados quanto pela falta de configuração para pós-processamento de imagem e dificuldade em codificar vídeos sem grandes perdas em tempo real. Uma forma rápida de testar isso é ver se a câmera traseira filma em (pelo menos) HD. É uma generalização? Sim, mas não deixa de ser um ótimo ponto de partida.
Fonte: http://canaltech.com.br/analise/smartphones/quer-comprar-um-smartphone-basico-sem-ter-dor-de-cabeca-veja-nossas-dicas-52082/
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