O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (25) a compra da GVT pela Telefónica, dona da Vivo no Brasil. A notícia chega seis meses após o grupo espanhol ter fechado um acordo para adquirir a operadora pelo equivalente a R$ 22 bilhões, em setembro de 2014. Para que a compra fosse autorizada, as empresas assinaram um acordo com o Cade para evitar a concorrência desleal no setor de telefonia.
O mercado de telefonia é bem amarradinho. A Telefónica, proprietária da Vivo, também tem participação na Telecom Italia, dona da TIM no Brasil. Por sua vez, a Vivendi, antiga proprietária da GVT, é dona de parte da Vivo. Tudo muda de mãos: 8,3% de participação na Telecom Italia serão transferidos da Telefónica para a Vivendi (os 6,5% restantes deverão ser vendidos). E a Vivendi terá que eliminar sua posição na Vivo. Bem simples.
O que realmente interessa para nós são os acordos relacionados aos serviços. Por pelo menos três anos, a cobertura de telefonia, banda larga e TV por assinatura não poderá ser reduzida — se atualmente a GVT ou a Vivo oferecem determinado serviço num local, ele deverá continuar sendo oferecido. Além disso, os pacotes e ofertas assinados pelos clientes precisarão ser mantidos.
Outra exigência está relacionada com a velocidade de conexão à internet. A GVT, que não vende mais planos de baixa velocidade, tem uma velocidade média de acesso maior que a de outras operadoras. A Vivo se comprometeu a manter a velocidade média das conexões dos clientes da GVT em, no mínimo, 15,1 Mb/s. Isso vale por três anos, para todo o território nacional, exceto para o estado de São Paulo, onde a média deverá ser de pelo menos 18,25 Mb/s.
Na tarde de ontem, houve alterações nos comandos. O presidente da Telefônica Brasil, Antônio Carlos Valente, deixou o cargo e deverá assumir outras responsabilidades na América Latina. O diretor geral, Paulo César Teixeira, também abandonará o cargo. A Telefónica vai propor ao Cade a nomeação de Amos Genish, atual CEO da GVT, para ocupar a presidência da Telefônica Brasil.
A compra da GVT pela Telefónica foi aprovada de forma unânime pelo Cade.
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