A morte de uma aeromoça chinesa depois de ser eletrocutada por seu smartphone, intrigou o mundo da tecnologia. Até hoje não se sabe ao certo o que causou o choque fatal. Mas informações de uma emissora de TV local dizem que o iPhone da jovem de 23 anos estava plugado na tomada com um carregador que não era o original da Apple. Ou seja, o uso do carregador genérico ainda é a principal hipótese da morte da chinesa.
Para esclarecer este e outros perigos, fomos conversar com o professor João Carlos Lopes. Os riscos são diversos; os menores são desde o carregador simplesmente não cumprir sua função, ou seja, não carregar o aparelho, até danificar ou queimar o dispositivo. Muito pior do que isso, segundo o professor, é que carregadores fora das especificações técnicas podem superaquecer, pegar fogo, explodir e, claro, dar choque...
Vale explicar, o choque elétrico em humanos ocorre quando há uma passagem de corrente elétrica através do corpo. Dependendo da intensidade, o choque pode ir de um simples susto e, na pior das hipóteses, matar!
"A partir de 1 mA, que é uma coisa bem baixa, você já começa a sentir o choque no organismo. O responsável pelo choque é a corrente, não a tensão. A tensão é 110V, 220V, enquanto a corrente é o que faz circular dentro do corpo. A partir de um mA, você começa a sentir", explica o professor de engenharia da computação do Instituto Mauá de Tecnologia.
Entre 50 e 70 miliamperes, a pessoa já sente certo formigamento ou até total adormecimento do músculo. Nos carregadores de telefones celulares a corrente elétrica varia entre 150 e 300 miliamperes; uma intensidade que se passar pelo corpo humano pode ser extremamente perigosa...
"De 100 a 300 mA já é uma corrente perigosa, porque ela passa pelo seu coração e ela pode fazer ele parar ou bater fora de ritmo, ter uma parada cardíaca e morrer", diz o João Carlos Lopes.
Visualmente os carregadores genéricos e originais são bastante parecidos. Tecnicamente, a principal diferença é que os falsos não trazem embutido sistemas de segurança para prevenir possíveis curtos-circuitos. O mais comum é a utilização de um fusível, que queima em caso de sobre carga ou superaquecimento...
"Esse circuito tem que ser testado para garantir que, quando o telefone terminar de ser carregado, ele desligue e não passe corrente ou tensão a mais do que o telefone precisa. Há filtros lá dentro que garantem isso", conta o professor.
E mais: sem sistema de segurança, o carregador ainda pode passar muita corrente elétrica para a carcaça do aparelho, causando o choque com força suficiente para matar. Resumindo, gastar menos em um carregador pirata, além de ser perigoso, não é uma economia muito inteligente.
Já os carregadores para carros, aqueles ligados no antigo acendedor de cigarro dos automóveis, não oferecem risco – pelo menos à vida. Ainda que a bateria do carro seja capaz de gerar uma corrente alta, a saída do carregador é alimentada com uma voltagem de apenas 12 volts.
"É muito difícil eles queimarem por causa da baixa tensão. O que acontece é eles não funcionarem. Você liga num telefone e não carrega. Aparece que está carregando, mas ele não tem corrente suficiente para dar carga na bateria", explica o especialista.
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