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segunda-feira, 28 de março de 2016

Ficou mais fácil bloquear um celular roubado ou furtado

Você foi orientado nos últimos anos a guardar o IMEI do seu celular para bloqueá-lo em caso de roubo ou furto. O código *#06# já deve estar guardado na sua cabeça. Mas você não precisará mais se preocupar em anotar a longa sequência de números: a Anatel anunciou nesta terça-feira (8) medidas para permitir que os consumidores bloqueiem seus aparelhos fornecendo apenas o número da linha.

Segundo a Anatel, as polícias civis da Bahia, Ceará e Espírito Santo já possuem acesso ao sistema de bloqueio de celulares perdidos, extraviados ou roubados, o Cadastro Nacional de Estações Móveis Impedidas (CEMI). Em breve, as delegacias dos estados de Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo também poderão utilizar o sistema, que é administrado pela Anatel e pelas operadoras de telefonia móvel.


O consumidor poderá bloquear seu aparelho por duas formas: ligando para a prestadora e informando apenas o número da linha, ou diretamente na delegacia de polícia, quando estiver registrando o boletim de ocorrência. Mais de 6,5 milhões de celulares roubados, furtados ou extraviados já estão registrados no CEMI e não podem mais ser utilizados.

O objetivo da medida é desestimular o roubo de smartphones: como o aparelho ficará inutilizado e não poderá mais ser ativado em nenhuma operadora, o dispositivo perde valor de mercado. Desde dezembro de 2014, o bloqueio vale não apenas para o Brasil, mas para todo o mundo, já que o CEMI foi integrado à base mundial de celulares administrada pela GSMA.

A Anatel também quer inibir o roubo de celulares que ainda não foram vendidos para os consumidores. Lojistas e transportadoras poderão bloquear aparelhos que foram subtraídos em crimes de roubo de carga, por exemplo. No entanto, como esses dispositivos ainda não foram ativados, as empresas ainda deverão fornecer os IMEIs dos celulares.

A orientação da agência é que, antes de adquirir um celular, especialmente no caso de equipamentos de segunda mão, o consumidor verifique se o IMEI do aparelho não está bloqueado por roubo ou furto. Isso poderá ser feito no consultaaparelhoimpedido.com.br.

Por que você tem dor de cabeça ao assistir a filmes 3D

Eu nem lembro qual era o título em cartaz. Só sei que, na primeira vez que assisti a um filme em 3D, eu saí do cinema e imediatamente tomei um remédio para dor de cabeça que sempre deixo na mochila. Na ocasião, eu nem liguei muito, até porque o remédio fez efeito rápido. Mais tarde, porém, eu descobri que mais gente tem o mesmo problema. Muita gente, para ser mais claro, tanta que um grupo de cientistas decidiu investigar as causas do problema.

No meu caso, a dor de cabeça é leve e não ocorre sempre. Mas eu sei de pessoas que ficam tão incomodadas com os “efeitos colaterais” de filmes em 3D que não fazem questão alguma de vê-los, preferindo o cinema tradicional, “sem essas frescuras de óculos”.

Como dá para notar, a situação é esta: algumas pessoas notam poucos efeitos, outras sentem bastante e, claro, há aquelas que não têm nenhum tipo de desconforto. Por que há essas diferenças? Porque algumas pessoas são mais sensíveis que as outras e também porque o “gatilho” do problema pode variar.
É mais comum do que parece

Um grupo de pesquisadores da Universidade Estatal Lomonosov, na Rússia, passou nada menos que oito anos estudando os incômodos causados por filmes em 3D. Os resultados foram divulgados na recente edição da conferência Stereoscopic Displays and Applications, realizada em San Francisco.

O estudo teve várias etapas. Uma delas, executada em 2011, consistiu em entrevistas com franceses logo após eles assistirem a um filme em 3D. Esse levantamento reforçou a ideia de que os efeitos são variados: 27% notaram certo desconforto; 22% sentiram incômodos mais fortes; 7% tiveram dores de cabeça bem intensas; 11% apresentaram incômodos, mas por outras razões não especificadas (como uma dor no pescoço causada por má postura, suponho); o restante não sentiu nada.

Repare que o levantamento foi feito após a exibição de um filme. No entanto, para Dmitry Vatolin, líder do estudo, quase todo mundo que já viu um filme em 3D sentiu incômodos em algum momento, uns com mais intensidade, outros com menos. Em outras palavras: quem não teve nada naquele dia pode ter sentido desconforto com outro filme.

Para que possamos assistir a um conteúdo tridimensional, o cérebro precisar combinar duas imagens bidimensionais — uma para cada olho — para obter um efeito estereoscópico, ou seja, ter a noção de tridimensionalidade em si, com percepção de profundidade, posição e distância.


Porém, há situações em que o cérebro não consegue realizar esse trabalho corretamente. Se essas falhas forem pontuais, normalmente o cérebro se adapta e, pronto, você não perceber nada. Mas se o problema se manifesta com certa frequência, os incômodos aparecem, incluindo a dor de cabeça. É como se o cérebro ficasse sobrecarregado tentando formar corretamente essas imagens. Às vezes, basta você estar minimamente cansado para desencadear o desconforto: a fadiga acaba atrapalhando o cérebro no processamento dessas informações.

A equipe de Vatolin concluiu que há pelo menos 15 causas ou “gatilhos” para essa falha na junção das imagens. Elas foram separadas em dois grupos: “imperfeições em ferramentas” e “falhas no filme”.

No primeiro grupo estão, essencialmente, óculos, visores e projetores de qualidade inferior usados para diminuir os custos operacionais de cinemas e distribuidores. As propriedades inferiores desses equipamentos acabam gerando distorções e outros tipos de imperfeições nas imagens que, você sabe agora, deixam o cérebro numa enrascada.

Na categoria “falhas no filme”, a situação é mais complicada. Em tese, os equipamentos ruins podem ser substituídos e tudo fica bem. Só que quando há problemas em filmes, eles são detectados (por gente especializada) só depois de as produções chegarem aos cinemas ou ao mercado via Blu-ray, por exemplo.

Um dos problemas detectados foi a troca da imagem da esquerda com a direita e vice-versa. Os pesquisadores analisaram 105 filmes em Blu-ray e encontraram, considerando todos, mais de 10 mil cenas potencialmente problemáticas. A falha das imagens trocadas apareceu em 23 filmes diferentes, totalizando 65 cenas. Entre eles estão produções como Avatar, As Crônicas de Nárnia e Stalingrado.


Para Vatolin, esses números são preocupantes: “a probabilidade de comprar um Blu-ray 3D com pelo menos uma cena com as imagens da esquerda e direita trocadas é de 21%, aproximadamente, o que é bastante significativo para pessoas sensíveis”, explica.

Mas há uma boa notícia nessa história toda: os pesquisadores verificaram que a indústria vem melhorando a qualidade técnica dos filmes em 3D, o mesmo valendo para os equipamentos das salas de cinema. Dentro de dois ou três anos, os incômodos causados por produções em 3D devem diminuir sensivelmente, acredita Vatolin.
Os videogames também causam dor de cabeça

E tonturas e até enjoos, principalmente nos jogos em primeira pessoa. Mas o problema aqui costuma ser diferente: geralmente, o que causa esses incômodos é uma perturbação na percepção de movimentos pelo sistema vestibular, uma estrutura localizada na região do ouvido que responde pela manutenção do equilíbrio físico.

Esse problema é tão frequente que tem até nome: cinetose (ou, se você preferir uma expressão mais informal, “mal do movimento”). Muitas pessoas sentem os efeitos do problema em ônibus, barcos, aviões e elevadores, por exemplo, por conta de movimentos com as quais não estão habituadas.

Segundo o site MD.Saúde, o cérebro recebe informações de três estruturas para saber quando o corpo está em movimento: visão, ouvido interno (sistema vestibular) e propriocepção (capacidade de perceber a localização espacial, posição e orientação do corpo). Quando há divergências entre esses três mecanismos, a cinetose se manifesta.

Como eu passei mal com Doom…

Como exemplo, imagine uma pessoa que viaja de avião. Ela está em movimento porque a aeronave se movimenta. No entanto, em relação ao avião em si, ela está imóvel. Como a pessoa não está olhando pela janelinha, tanto a visão quanto a propriocepção informam justamente isso ao cérebro, que ela está parada. Mas, de repente, a aeronave realiza algumas manobras, fazendo o sistema vestibular informar que, na verdade, está havendo movimento. O resultado dessa confusão são tonturas, enjoos, palidez e afins.

Em relação aos games, o mecanismo é semelhante: você está lá caçando inimigos em um cenário tridimensional andando para lá e para cá feito um alucinado. Além de andar, você pula, se abaixa e gira, tudo em movimentos rápidos. Só que no lado de cá, na “vida real”, o seu corpo está parado. Aí os sentidos ficam confusos.
O que fazer

Em relação aos games, algumas ações simples podem ajudar a evitar o mal-estar, como ficar um pouco mais longe da tela, manter o ambiente iluminado (deixe a luz acessa) e fazer pausas frequentes. Regular a taxa de frames por segundo do jogo também pode ajudar, assim como usar um monitor de boa qualidade — de preferência, um que tenha pelo menos 60 Hz de frequência.

Agora, se você faz questão de assistir a um filme em 3D, mas sente desconforto com isso, o estudo de Vatolin deixa claro que não há outra coisa a fazer a não ser procurar salas de cinema que sejam bem equipadas e dar preferência para produções em 3D de alto orçamento — nelas, as chances de haver defeitos em imagens são menores (ou deveriam ser).

No caso de TVs 3D, na real, até hoje elas não convenceram (e eu tenho as minhas dúvidas se um dia elas convencerão). Mas se mesmo assim esse tipo de equipamento estiver na sua lista de desejos, vale a pena pesquisar bastante antes de escolher um modelo — convém até fazer testes nas lojas.

Nunca é exagero recomendar que você procure um médico se os incômodos forem frequentes ou fortes. Pode ser que você tenha, por exemplo, algum distúrbio visual — como miopia, hipermetropia e astigmatismo (meu caso) — que, mesmo quando leve, pode te fazer forçar demais os olhos. Esse esforço é particularmente intenso no cinema 3D ou quando você fica concentrado demais na jogatina. Nessas circunstâncias, não é bom ignorar os alertas que o corpo dá, certo?

quinta-feira, 17 de março de 2016

Como remover corretamente a pasta windows.old no Windows 10

Ao instalar uma nova versão do Windows sem formatar o disco rídigo, o sistema cria uma pasta com seus arquivos antigos chamada “Windows.old”. É uma maneira inteligente de manter um backup caso a instalação dê errado e uma ferramenta interessante para recuperar arquivos. No entanto, é comum que essa pasta não seja mais útil para o usuário e apenas ocupe espaço no armazenamento do PC. 

Veja nesse tutorial como remover corretamente a pasta windows.old no Windows 10.

Apagando a pasta windows.old no Windows 10

A pasta Windows.old normalmente fica no disco rígido onde o sistema está instalado. Porém, não basta encontrá-la e deletá-la, como fazemos com outros arquivos no PC; é preciso utilizar a ferramenta de Limpeza de Disco.

– Utilize o atalho de teclado “Win Key + E” para abrir o Explorer;

– No painel da esquerda clique em “Este Computador”;


– Sob “Dispositivos e unidades”, clique com o botão direito sobre o disco rígido em que o sistema está instalado. Em seguida, clique em “Propriedades”;


– Clique no botão “Limpeza de Disco”;


– Depois, clique em “Limpar arquivos do sistema”;


– Uma nova janela se abrirá. Selecione a opção “Instalação(ões) anterior(es) do Windows para deletar a pasta Windows.old e clique em OK;


– Na janela de confirmação clique em “Deletar arquivos” e complete o processo.

Lembre-se que é seguro deletar a pasta Windows.old e outros arquivos de versões anteriores, mas é preciso levar em consideração que, uma vez que você se desfizer desses arquivos, não será mais possível retornar para estágios anteriores da sua instalação.

O que é Internet das Coisas (Internet of Things)?

Você já deve ter ouvido falar de Internet das Coisas. Pode ter certeza: você ouvirá muito mais. O termo descreve um cenário em que numerosos objetos do seu dia a dia estarão conectados à internet e se comunicando mutuamente. Mas o que exatamente isso quer dizer? Essa conectividade toda é necessária? Como tantos objetos distintos estarão conectados? Qual a importância disso para o nosso cotidiano? Você encontrará as respostas para essas e outras perguntas nas próximas linhas.

A Internet das Coisas — ou Internet of Things (IoT)

Internet das Coisas é uma tradução literal da expressão em inglês Internet of Things (IoT). Em português, o nome mais adequado poderia ser algo como "Internet em Todas as Coisas", mas, no fundo, isso não tem importância: o que vale mesmo é entender e usufruir da ideia.

Para tanto, faça um rápido exercício: tente se lembrar dos objetos que você usa para se conectar à internet. Smartphone, tablet, notebook, desktop. Você utiliza pelo menos um desses dispositivos, certo?

Mas há outros equipamentos que se conectam à internet para realizar atividades específicas. Quer um exemplo? Câmeras de segurança que, por estarem on-line, permitem que uma pessoa monitore a sua casa à distância ou vigie a sua loja quando o estabelecimento está fechado.

Outro exemplo: smart TVs. Talvez você tenha uma (ou mais): com elas, você pode acessar serviços como Netflix, YouTube e Spotify de modo direto, sem ter que ligá-las ao seu PC ou smartphone.

Internet das Coisas (Imagem por PCWorld)

Talvez você tenha um videogame de última geração que, obrigatoriamente, se conecta à internet. Super Nintendo, Mega Drive e tantos outros consoles antigos não tinham toda essa conectividade.

Agora imagine um cenário em que, além da sua TV, vários objetos da sua casa se conectam à internet: geladeira, máquina de lavar, forno de micro-ondas, termostato, alarme de incêndio, sistema de som, lâmpadas, enfim.

Veja aqui que a ideia não é, necessariamente, fazer com que você tenha mais um meio para se conectar à internet. Pense, por exemplo, no quão impraticável deve ser acessar um portal de notícias em uma tela acoplada à porta da sua geladeira. Não é uma função que a gente espera desse eletrodoméstico...

A proposta é outra: a conectividade serve para que os objetos possam ficar mais eficientes ou receber atributos complementares. Nesse sentido, a tal da geladeira com internet poderia te avisar quando um alimento está perto de acabar e, ao mesmo tempo, pesquisar na web quais mercados oferecem os melhores preços para aquele item. A geladeira também poderia pesquisar e exibir receitas para você. Como se vê, a criatividade é capaz de trazer aplicações realmente interessantes.

Pense agora em um termostato. O dispositivo pode verificar na internet quais são as condições climáticas do seu bairro para deixar o ar condicionado na temperatura ideal para quando você chegar em casa.

Mas também é importante que os objetos possam se comunicar com outros sempre que cabível. Continuando com o exemplo do termostato, o aparelho pode enviar informações ao seu smartphone por meio de um aplicativo específico para que você tenha relatórios que mostram como o ar condicionado vem sendo usado ou aplique configurações personalizadas.

Também serve para escritórios, hospitais, fábricas, ruas e mais

É possível que, pelo menos atualmente, você não tenha muito interesse em ter uma casa amplamente conectada. Sob esse ponto de vista, a Internet das Coisas pode não parecer lá muito relevante. Mas é um erro pensar que o conceito serve apenas para o lar: há aplicações não ligadas ao ambiente doméstico em que o conceito pode trazer ganho de produtividade ou diminuir custos de produção, só para dar alguns exemplos. Vamos a outros mais detalhados:

- Hospitais e clínicas: pacientes podem utilizar dispositivos conectados que medem batimentos cardíacos ou pressão sanguínea, por exemplo, e os dados coletados serem enviados em tempo real para o sistema que controla os exames;

- Agropecuária: sensores espalhados em plantações podem dar informações bastante precisas sobre temperatura, umidade do solo, probabilidade de chuvas, velocidade do vento e outras informações essenciais para o bom rendimento do plantio. De igual forma, sensores conectados aos animais conseguem ajudar no controle do gado: um chip colocado na orelha do boi pode fazer o rastreamento do animal, informar seu histórico de vacinas e assim por diante;

Sensor ambiental para agricultura da Edyn

- Fábricas: a Internet das Coisas pode ajudar a medir em tempo real a produtividade de máquinas ou indicar quais setores da planta precisam de mais equipamentos ou suprimentos;

- Lojas: prateleiras inteligentes podem informar em tempo real quando determinado item está começando a faltar, qual produto está tendo menos saída (exigindo medidas como reposicionamento ou criação de promoções) ou em quais horários determinados itens vendem mais (ajudando na elaboração de estratégias de vendas);

- Transporte público: usuários podem saber pelo smartphone ou em telas instaladas nos pontos qual a localização de determinado ônibus. Os sensores também podem ajudar a empresa a descobrir que um veículo apresenta defeitos mecânicos, assim como saber como está o cumprimento de horários, o que indica a necessidade ou não de reforçar a frota;

- Logística: dados de sensores instalados em caminhões, contêineres e até caixas individuais combinados com informações do trânsito, por exemplo, podem ajudar uma empresa de logística a definir as melhores rotas, escolher os caminhões mais adequados para determinada área, quais encomendas distribuir entre a frota ativa e assim por diante;

- Serviços públicos: sensores em lixeiras podem ajudar a prefeitura a otimizar a coleta de lixo; já carros podem se conectar a uma central de monitoramento de trânsito para obter a melhor rota para aquele momento, assim como para ajudar o departamento de controle de tráfego a saber quais vias da cidade estão mais movimentadas naquele instante.

As tecnologias da Internet das Coisas

Não podemos olhar para a Internet das Coisas como uma tecnologia única, “maciça”. Na verdade, há um conjunto de fatores que determina como o conceito é constituído. Há, essencialmente, três componentes que precisam ser combinados para termos uma aplicação de IoT: dispositivos, redes de comunicação e sistemas de controle.
Dispositivos

Os dispositivos você já conhece. Eles vão de itens grandes, como geladeiras e carros, a objetos pequenos, como lâmpadas e relógios. O importante é que esses dispositivos sejam equipados com os itens certos para proporcionar a comunicação: chips, sensores, antenas, entre outros.

A indústria vem trabalhando intensamente para disponibilizar componentes específicos para IoT. Hoje, já contamos com chips e sensores minúsculos que, além de prover recursos de comunicação e monitoramento, consomem pouca energia elétrica, o que os torna ideais para dispositivos pequenos.

Processador da Intel para IoT

Redes e tecnologias de comunicação

As redes de comunicação não fogem daquilo que você já usa: tecnologias como Wi-Fi, Bluetooth eNFC podem ser — e são — usadas para Internet das Coisas. Mas como essas redes oferecem alcance limitado, determinadas aplicações dependem de redes móveis como 3G e 4G / LTE.

Note, porém, que as redes móveis atuais — 2G, 3G e 4G — são direcionadas a dispositivos como smartphones, tablets e laptops. O foco está sobre aplicações de texto, voz, imagem e vídeo. Esse aspecto não impede as redes atuais de serem utilizadas para IoT, mas uma otimização para dispositivos variados é necessária, principalmente para garantir o baixo consumo de energia e de recursos de processamento. Isso deve vir com a próxima onda de redes móveis, o 5G (quinta geração).
O papel das redes 5G

Em um cenário em que a Internet das Coisas é amplamente difundida, haverá sensores, chips e dispositivos relacionados por todos os lados. Cada um desses itens precisará estar conectado. Com o IPv6, que oferece um número extremamente elevado de endereços para os dispositivos (na prática, é quase como se a quantidade de endereços fosse ilimitada), conectar esses dispositivos não será problema. A limitação vem das tecnologias de comunicação: as redes atuais não foram projetadas para permitir tantas conexões de dispositivos tão distintos. Daí a perspectiva esperançosa sobre o 5G.

Além de oferecer altíssima velocidade para transmissão de dados, as redes 5G permitirão, por exemplo, que cada dispositivo baseado em IoT utilize apenas os recursos necessários, sempre na medida exata. Isso evitará gargalos na rede, assim como desperdício de energia (um problema intolerável em dispositivos que funcionam apenas com bateria).

Os padrões que definem a quinta geração de redes móveis não estão completamente definidos. Mas a expectativa é a de que o 5G esteja pronto para ser usado massivamente em 2020. Nesse ano, estima-se que haverá cerca de 50 bilhões de dispositivos on-line, com esse número devendo crescer rapidamente a partir daí.

(Imagem por Fraunhofer Fokus)

Sistemas de controle

Não basta que o dispositivo se conecte à internet ou troque informações com outros objetos. Esses dados precisam ser processados, ou seja, devem ser enviados a um sistema que os trate. Qual? Depende da aplicação.

Imagine uma casa que tem monitoramento de segurança, controle de temperatura ambiente e gerenciamento de iluminação integrados. Os dados de câmeras, alarmes contra incêndio, aparelhos de ar condicionado, lâmpadas e outros itens são enviados para um sistema que controla cada aspecto. Esse sistema pode ser um serviço nas nuvens, o que garante o acesso a ele a partir de qualquer lugar, assim como livra o dono da casa da tarefa de atualizá-lo.

Uma empresa, porém, pode contar com um sistema M2M (Machine-to-Machine), ou seja, um mecanismo de comunicação máquina a máquina. Pense, como exemplo, em uma fábrica que possui um mecanismo que verifica a qualidade de peças que acabaram de ser produzidas. Ao detectar um defeito, essa máquina informa à primeira que aquele item deve ser substituído. Esta, por sua vez, solicita a um terceiro equipamento a liberação de matéria-prima para a fabricação da peça substituta.

A fábrica pode então ter um sistema que recebe os dados de todas as máquinas para obter dados estatísticos da produção. Se a unidade fabril for muito grande, um sistema de Big Data pode ser usado para otimizar a produção indicando que tipo de peça dá mais defeitos, quais máquinas produzem mais, se a matéria-prima de determinado fornecedor tem um histórico de problemas mais expressivo e assim por diante.

Padronização

Os exemplos anteriores mostram que as tecnologias a serem usadas na Internet das Coisas variam conforme a aplicação. Mas isso não quer dizer que padronizações não sejam necessárias. A indústria já vem se organizando — ou tentando se organizar — para estabelecer padrões tecnológicos que trazem viabilidade, interoperabilidade, segurança, integridade, disponibilidade, escalabilidade e desempenho para aplicações de IoT.

Faz bastante sentido. Se tivermos, por exemplo, cidades que monitoram os carros para otimizar o fluxo nas vias, o sistema de controle poderá ter dificuldades para operar se cada fabricante de automóvel adotar padrões de comunicação que, por serem próprios, não garantem plena integração.

As tentativas de estabelecimento de padrões têm levado à formação de consórcios para lidar com esse trabalho, assim como com outras questões relacionadas à Internet das Coisas. Como ainda não há definições, é conveniente acompanhar os trabalhos deles. Eis algumas dessas entidades:
OpenFog Consortium: formada por companhias como Dell, Microsoft e Cisco;
Internet of Things Consortium: constituída por empresas como Logitech, Wolfram e Indiegogo;
Open Connectivity Foundation: apoiada por companhias como Intel, Samsung e Microsoft (sim, a Microsoft de novo — as empresas não precisam apoiar apenas um consórcio).

Possíveis riscos da Internet das Coisas

Se a Internet das Coisas descreve um cenário em que quase tudo está conectado, é claro que há riscos associados. É por essa razão que as convenções que tratam do conceito devem levar em consideração vários parâmetros preventivos e corretivos, especialmente sobre segurança e privacidade.

Imagine os transtornos que uma pessoa teria se o sistema de segurança de sua casa fosse desligado inesperadamente por conta de uma falha de software ou mesmo por uma invasão orquestrada por criminosos virtuais.

Os riscos não são apenas individuais. Pode haver problemas de ordem coletiva. Pense, por exemplo, em uma cidade que tem todos os semáforos conectados. O sistema de gerenciamento de trânsito controla cada um deles de modo inteligente para diminuir congestionamentos, oferecer desvios em vias bloqueadas por acidentes e criar rotas alternativas quando há grandes eventos. Se esse sistema for atacado ou falhar, o trânsito da cidade se tornará um caos em questão de minutos.

O tratamento inadequado de riscos pode causar cenas como esta (foto de autoria desconhedida)

A indústria precisa, portanto, definir e seguir critérios que garantam disponibilidade dos serviços (incluindo aqui a rápida recuperação em casos de falhas ou ataques), proteção de comunicações (que, nas aplicações corporativas, deve incluir protocolos rígidos e processos de auditoria), definição de normas para privacidade, confidencialidade de dados (ninguém pode ter acesso a dados sem a devida autorização), integridade (assegurar que os dados não serão indevidamente modificados), entre outros.

Considerar todos esses aspectos está longe de ser uma tarefa trivial. Além dos desafios tecnológicos em si, a indústria precisa tratar cada ponto levando em conta convenções globais e a legislação de cada país.

Vários segmentos da indústria já lidam com tais questões, mas esse é um trabalho em constante desenvolvimento. É por isso que é primordial que outro aspecto não seja esquecido: a transparência — empresas e usuários domésticos devem estar cientes dos riscos associados às soluções de IoT, assim como receber orientação para minimizá-los.

Internet das Coisas: exemplos reais

Associamos a Internet das Coisas a um cenário futurista, mas, como o início do texto deixa claro, muito do que já temos se enquadra no conceito: smart TVs, smartwatches (que também se enquadram nos chamados "dispositivos vestíveis" ou "wearables"), sistemas de monitoramento, entre outros.

Vale destacar, porém, que já há algum tempo que é possível encontrar empresas que assimilam a Internet das Coisas com muito mais profundidade, por assim dizer. Vejamos alguns exemplos.
Nest

A Nest talvez seja o exemplo mais difundido de um ecossistema de Internet das Coisas. Criada em 2010, a empresa desenvolve dispositivos inteligentes para casas e escritórios. Os produtos que trouxeram grande visibilidade à companhia são termostatos e detectores de fumaça que se integram a smartphones por meio de aplicativos específicos.

O termostato ajusta a temperatura do local automaticamente e pode, por exemplo, aprender os horários que o usuário costuma sair e chegar em casa para fazer adequações condizentes com essa rotina.

Termostato inteligente da Nest

Já os detectores de fumaça utilizam luzes coloridas, mensagens de voz e notificações no smartphone para avisar o usuário da detecção de fumaça, gases perigosos ou aumento repentino da temperatura (sugerindo incêndio), podendo inclusive acionar o socorro automaticamente.

As tecnologias inovadoras da Nest a colocaram em posição de vanguarda no que diz respeito à Internet das Coisas. Não por menos, a empresa foi adquirida pelo Google em 2014 pela quantia de US$ 3,2 bilhões.
Philips Lighting

Outro exemplo bastante difundido é o da Philips. A companhia possui uma divisão que desenvolve lâmpadas LED inteligentes. Chamadas de Hue, essas lâmpadas podem ser configuradas pelo smartphone para mudar a intensidade e as cores da iluminação para deixar o ambiente mais confortável para cada situação.

Lâmpadas Philips Hue

Tesla Motors

A Tesla é uma companhia especializada em carros elétricos de alta performance. Os veículos da marca são, portanto, bastante "high tech" e isso não diz respeito apenas ao seu conjunto de baterias ou ao seu mecanismo de recarga: os carros da empresa também podem se conectar à internet para receber atualizações de software e contam com diversos sensores, como o que fornece dados de geolocalização.
FitBit

A FitBit é uma companhia que produz dispositivos voltados para saúde e monitoramento de atividades físicas, como balanças, pulseiras e relógios inteligentes. Os dados obtidos por esses dispositivos (batimentos cardíacos, distância percorrida, quantidade de passos, entre outros) são sincronizados com o smartphone e podem ser compartilhados nas redes sociais. É uma forma de o usuário motivar amigos ou criar desafios para eles, por exemplo (e, indiretamente, fazer outras pessoas comprarem os produtos da marca).

quinta-feira, 10 de março de 2016

Escrever bem é fundamental

Uma pesquisa realizada recentemente mostrou que saber escrever bem é requisito fundamental para chegar aos cargos mais altos em uma empresa. A pesquisa analisou redações de 580 pessoas empregadas em empresas de diferentes ramos. A conclusão foi que as pessoas com cargos de chefia (e salários maiores) obtiveram uma nota média 43% maior em seus textos.

Especialistas afirmam que escrever bem é um importante diferencial para o profissional moderno. Mais do que o domínio da língua portuguesa, a boa escrita indica raciocínio bem estruturado, bom nível cultural, zelo e atenção a detalhes, características muito valorizadas pelas organizações atualmente.

É por isso que testes de redação estão presentes nos processos seletivos de muitas empresas. Para outras tantas, a fluência da comunicação tem um significativo peso na carreira profissional. “É uma competência bastante considerada quando se pensa em promover alguém”, confirma Vera Vasconcellos, consultora da Career Center, em matéria recentemente publicada no caderno de empregos do jornal O Estado de São Paulo.