Boa notícia para os mais de 900 milhões de usuários do WhatsApp: o aplicativo anunciou na manhã desta segunda-feira (18) que não vai mais cobrar uma taxa anual para oferecer o serviço. A novidade deve entrar em vigor durante as próximas semanas.
Antes, o aplicativo “cobrava” 99 centavos de dólar ao ano para arcar com os custos operacionais, em vez de colocar anúncios dentro do app para conseguir essa receita de outra forma. Agora, eles descobriram que “essa abordagem não funciona muito bem”, então decidiram abandoná-la.
“Vários usuários do WhatsApp não têm um cartão de débito ou crédito e eles se preocupam em perder a comunicação com seus amigos e parentes após o primeiro ano”, diz o post no blog que anuncia a mudança no modelo de negócios.
Eu tenho certeza que, para alguns, a novidade nesta notícia será descobrir que o WhatsApp de fato era pago. Provavelmente você leu essa notícia e ficou com vontade de comentar: “mas eu nunca paguei pelo aplicativo!”. Sim, a prática do app automaticamente renovar o seu ano gratuito era bem comum.
Acontece que o app era pago apenas no papel. Na realidade, só pagava quem voluntariamente ia nas configurações e desembolsava certa quantia ao WhatsApp. Segundo o Re/code, quem já pagou pelo app não receberá reembolso.
Como o WhatsApp pretende ganhar dinheiro
Sem o “modelo de assinatura”, como o aplicativo vai ganhar dinheiro agora? Não se preocupe, não é com anúncios. Aproveitando a notícia, o WhatsApp resolveu adiantar uma novidade que na verdade é mais importante que a ausência da taxa anual.
Segundo o aplicativo, ao longo do ano, o WhatsApp vai testar ferramentas que vão facilitar a comunicação dos usuários com empresas e negócios “com os quais você quiser manter contato”, segundo eles. “Isso pode significar a comunicação com o seu banco sobre uma transação recente que foi fraudada ou com uma companhia aérea sobre um voo atrasado”, diz o anúncio.
Basicamente, o WhatsApp percebeu que as pessoas (e principalmente as empresas) ainda usam SMS e ligações para determinados serviços. Como o aplicativo é o maior mensageiro do mundo e já tem um serviço de ligações, ele também quer pegar uma fatia desse bolo.
Abordagem parecida com a do Facebook Messenger, que também oferece plataforma para empresas
É uma jogada bem inteligente: a parceria com empresas faz o aplicativo ganhar mais dinheiro e ainda traz comodidade aos usuários. Quem nunca viu algum jornal, plano de saúde ou empresa qualquer oferecendo um número do WhatsApp para contato?
Essa é a mesma abordagem que o Facebook Messenger anunciou quando virou uma plataforma. O aplicativo já pode ser usado para empresas prestarem atendimento, esclarecerem dúvidas dos clientes ou comunicá-los sobre o envio de um produto, por exemplo. O Uber já permite que você peça uma corrida dentro do Messenger!
Por mais que o anúncio do WhatsApp seja bem interessante, não fique tão animado ainda. Como aponta o Re/code, Jan Koum, fundador do WhatsApp, já havia adiantado que a empresa queria testar novas abordagens para alcançar os consumidores. Mas, segundo ele, nenhuma linha de código foi escrita ainda. Ou seja: o WhatsApp como plataforma não vai chegar tão cedo assim.