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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O que realmente importa na hora de comprar um PC

Em todos os tipos de produtos há características que são enfatizadas pelos fabricantes e vendedores, mas que na verdade não tem muita importância para a maioria das pessoas. Muitas delas são importantes só em um contexto mas não em outros, e algumas características realmente importantes às vezes não recebem atenção. Computadores, sejam desktops, notebooks ou Ultrabooks, não são diferentes. Abaixo características que você pode ignorar, quais são importantes em determinadas situações, e quais você deve procurar em sua próxima máquina.

Antes de mais nada: Windows 7 ou 8?

O Windows 8 chegou ao mercado no final de Outubro, e junto com ele toda uma nova geração de máquinas com o sistema pré-instalado. Mas ainda há muitos PCs com Windows 7 no mercado, e você pode apostar que verá muitos deles em promoções atraentes no fim do ano, para "limpar" espaço no estoque para os novos modelos.

Não descarte uma máquina só porque ela ainda roda o Windows 7, especialmente se ela lhe agrada no geral. O motivo é simples: uma promoção da Microsoft que oferece aos proprietários de PCs adquiridos entre os dias 2 de Junho deste ano e 31 de janeiro de 2013 um upgrade para o Windows 8 por apenas R$ 29,00. Basta cadastrar as informações do comprador e da máquina em www.windowsupgradeoffer.com/pt-BR e aguardar instruções.
O Windows 8 tem uma "cara" completamente nova
De outra forma, a atualização custaria R$ 69 (via Internet) ou R$ 269 (comprando uma "caixinha" com o sistema em DVD). Mesmo sem aproveitar a promoção, pode ser mais barato comprar uma máquina com Windows 7 e fazer o upgrade em casa do que pagar mais por um PC quase idêntico mas com o Windows 8 já instalado.

Mas antes de comprar pensando no upgrade tome alguns cuidados extras, além dos mencionados nesta matéria, para se certificar de que o computador está mesmo pronto para o Windows 8 e evitar supresas desagradáveis.

O que realmente importa

Portas: usuários de desktops geralmente não tem que se preocupar com isso, mas é um ponto muito importante para os donos de notebooks. Não há nada mais frustrante do que não conseguir plugar um pendrive porque o portátil só tem duas portas USB, já ocupadas por um mouse e um HD externo.

O ideal em um notebook são três portas USB, com um bom espaço entre elas para que um pendrive mais "gordinho" não acabe bloqueando também a porta ao lado). Pelo menos uma delas já deve estar no padrão USB 3.0.
Portas USB
Portas USB próximas demais podem ser um problema na hora de usar um pendrive.
Nesta foto, o pendrive da esquerda acaba bloqueando duas portas.

Outros tipos de portas são importantes: a HDMI permite a ligação do notebook a TVs de alta-definição, mas se você for um usuário corporativo pode preferir em seu lugar uma porta VGA, já que é mais compatível com os projetos usados para apresentações nas empresas. Já a porta Ethernet permite a conexão a redes cabeadas, o que pode salvar seu dia se você estiver em um local onde uma conexão Wi-Fi não está disponível ou está saturada.

Quantidade de RAM: quanto mais melhor, sempre. Um computador com 4 GB de RAM será muito mais “esperto” que um modelo com 2 GB. Não aceite menos do que 4 GB, e se você quer o melhor em desempenho e pretende trabalhar com muitos programas abertos ao mesmo tempo (ou dezenas de abas simultâneamente no navegador) máquinas com 6 ou 8 GB não são uma má idéia, se você puder pagar o preço.

Um HD espaçoso e rápido: a “velocidade” de um HD é medida em rotações por minuto (RPM). Quanto mais rápido o disco onde os dados estão armazenados gira, mais rápido o computador pode chegar até eles e maior a velocidade de transferência. Um PC equipado com um HD de 7.200 rpm será notavelmente mais rápido que uma máquina similar com um disco de 5.400 rpm na hora de carregar o sistema operacional, abrir aplicativos e copiar arquivos.

Quanto ao espaço em disco, qual o sentido de ter um “super” PC se não cabe nada dentro dele? Espaço em disco está cada vez mais barato, e discos de 3 TB estão começando a aparecer nas lojas. Na prática, não aceite nada menor que 500 GB, e procure modelos com discos de 640 GB ou 1 TB se puder pagar a diferença (que não deve ser muito grande).

Discos de estado sólido (SSDs) são uma alternativa aos HDs. Feitos com memória Flash, como os pendrives e cartões de memória, são muito mais rápidos e resistentes que um HD tradicional. Mas são muito mais caros e, por isso, ainda raros por aqui e tem capacidade limitada: modelos de 128 GB ou 256 GB são os mais comuns. Entretanto eles podem causar uma diferença notável no desempenho da máquina, reduzindo drasticamente o tempo necessário para o boot e carga dos aplicativos. Se você não precisa de tanto espaço no PC e pode pagar a diferença, invista nesta tecnologia.

Discos SSD

Discos SSD usam memória Flash, como os pendrives, e são muito mais rápidos (e caros) que os HDs

Uma alternativa são os discos híbridos: muitos computadores, entre eles a maioria dos Ultrabooks, incluem uma pequena unidade SSD, de 20 ou 32 GB, acompanhada por um HD tradicional. O sistema operacional e os arquivos mais usados ficam no SSD, enquanto seus vídeos e músicas ficam no HD. Com isso é possível unir os benefícios das duas tecnologias: o rápido tempo de boot e a agilidade do SSD, com o amplo espaço para armazenamento de um HD.

Peso: mesmo pequenas diferenças no peso podem fazer um grande diferença quando você está carregando a máquina o dia todo por aí. A diferença de peso entre um máquina de 1,5 Kg e uma de 2,0 Kg pode não parecer tão grande, mas acredite: no final do dia ela será imensa.

Autonomia de bateria: quanto mais melhor, mas tenha cuidado. Fabricantes costumam relatar números de autonomia de bateria obtidos sob “condições ideais”, que você raramente irá encontrar no dia a dia (Wi-Fi desabilitado, brilho da tela em 25%, apenas um aplicativo rodando, etc). Para ter uma idéia da autonomia real, pegue o número informado pelo fabricante e reduza-o em 20%.

Ou seja, uma bateria com autonomia de “3 horas” vai durar na verdade menos de duas horas e meia. Não aceite nenhuma máquina com autonomia menor do que três horas, especialmente se viaja muito e precisa fazer uso constante dele. Não há nada pior do que ficar caçando uma tomada no aeroporto a cada 2 horas só para poder continuar trabalhando. Quer dizer, há sim: ficar sem bateria durante o vôo e não conseguir terminar uma apresentação ou relatório.

O que às vezes importa

Placas 3D (GPUs) com toneladas de memória: tudo o que você quer é assistir a alguns filmes em Blu-ray e vídeos em HD no YouTube? Então não faz sentido investir em uma GPU, mesmo um modelo mediano, com 1 ou 2 GB de RAM. A placa de vídeo que veio com seu computador provavelmente é mais do que suficiente para a tarefa, especialmente se ele foi fabricado nos últimos dois anos, ou se é um novo computador com processadores Intel Core de segunda ou terceira geração (famílias Sandy Bridge e Ivy Bridge) ou AMD Fusion.

Quantidades enormes de memória de vídeo só são realmente úteis em gráficos de qualidade muito alta em telas de resolução muito alta. Jogos são uma exceção. Nesses casos a placa de vídeo que veio com seu computador provavelmente não dará conta do recado, e uma GPU mais sofisticada com 1 GB de RAM irá ter desempenho melhor que um modelo de 512 MB ou 256 MB. Modelos com 2 GB são praticamente uma categoria à parte, exclusividade de entusiastas que exigem o máximo em desempenho nos jogos e não se acanham em gastar quase R$ 1.000 pra isso.

Outro caso em que uma GPU faz a diferença é no uso de aplicativos profissionais para edição de vídeo ou de imagens (como o pacote Adobe CS), já que os principais aplicativos nestas categorias são capazes de tirar proveito do poder de processamento extra da GPU para acelerar tarefas.

Drive óptico: por mais incrível que pareça, é uma tecnologia que está morrendo. Software já é em sua maioria distribuído via internet, e com a popularização de serviços de streaming de vídeo como o Netflix e lojas como a iTunes Store (sem falar nos downloads via BitTorrent) é cada vez mais raro assistir um DVD ou Blu-Ray no notebook. Ultrabooks e Ultrafinos geralmente não tem drives ópticos para reduzir a espessura e o peso da máquina, mas seu desaparecimento é uma tendência mesmo entre os notebooks tradicionais. Antes de descartar um notebook porque ele não tem drive óptico, pare e pense: quando foi a última vez que você colocou um CD ou DVD em seu computador atual?

Processadores quad-core: no mundo dos notebooks um processador dual-core (com dois núcleos) provavelmente terá desempenho melhor que um quad-core (com quatro núcleos) para a maioria dos aplicativos do dia-a-dia utilizados pela maioria dos usuários. Um processador dual-core geralmente opera a uma frequência (clock) mais alta, e a maioria dos aplicativos de uso geral (como editores de texto e navegadores) não faz bom uso de um processador com quatro núcleos.

Mas se você faz muita edição de vídeo, computação científica ou cálculos de engenharia, então um processador quad-core é o ideal. Se você quiser comprar uma máquina “pronta para o futuro”, tenha em mente que os aplicativos “multithreaded” (capazes de executar várias tarefas em paralelo, tirando proveito dos múltiplos núcleos de um processador moderno) estão se tornando comuns, e seu PC conseguirá fazer mais coisas ao mesmo tempo se tiver mais poder de processamento.

Brilho da tela de um notebook: uma tela brilhante demais em um notebook irá esgotar a bateria rapidamente. Uma tela de 300 nits (a medida de brilho de uma tela) é tão brilhante que chega a incomodar os olhos, e a maioria dos usuários, de qualquer forma, diminui o brilho de suas telas.

O brilho é realmente importante para as pessoas que usam seus notebooks ao ar livre. Nesse caso, quanto mais brilhante a tela, melhor.

O que não importa

Pequenas diferenças no clock (“velocidade”) do processador: um processador de 2.6 GHz com certeza será mais rápido que um modelo de 1.2 GHz, mas você não deve pagar a mais por diferenças pequenas. Na prática, você não conseguirá notar a diferença entre um processador Core i5 de 2.3 GHz e um de 2.5 GHz, portanto não se preocupe com isso.

Velocidade da RAM: Essa informação às vezes aparece nas fichas técnicas de alguns fabricantes, mas não é comum. Assim como nos processadores, mais rápido é melhor, mas no dia-a-dia a diferença entre pentes de memória que operam a 1066 ou 1333 MHz é praticamente nenhuma.

Velocidade de gravação de discos DVD ou Blu-Ray: mesmo que você seja um dos poucos que ainda lida frequentemente com mídia física, terá dificuldade em encontrar uma unidade óptica que tenha uma vantagem considerável na velocidade de gravação. Se você vai gravar um disco, terá de esperar um pouco, não importa se o gravador funciona 6x ou 10x. E todos eles tocam filmes do mesmo jeito.

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